Opinião

Uma cidade que aposta no aprofundamento de políticas públicas

12 Março 2025

Eduardo Vítor Rodrigues
Eduardo Vítor Rodrigues
Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia

Foi sempre afirmado publicamente que a recuperação e estabilização da saúde financeira do Município de Gaia não era um fim em si mesmo, mas sim um elemento instrumental para permitir à Câmara Municipal conceber, desenvolver e implementar políticas públicas de apoio e desenvolvimento da cidade e dos seus habitantes, e, simultaneamente, de incentivo à captação de investimento. Sim, teria sido possível à Câmara acelerar o processo de recuperação financeira da sua estrutura. Mas tal tê-la-ia impedido de reduzir, numa altura em que a população portuguesa ainda recuperava de uma crise, e em que qualquer poupança nas contas das famílias era muito importante, os impostos e taxas municipais como foi feito ao longo destes quase 12 anos. E se há, houve, um elemento em que a cidade foi verdadeiramente líder, foi precisamente na capacidade que teve em demonstrar que o equilíbrio entre as contas públicas e o desenvolvimento de políticas públicas orientadas e pensadas nos cidadãos é possível. Na capacidade em demonstrar que é possível alinhar o desenvolvimento sustentável de um território com a captação de investimento sólido e de futuro.

O construído pré-conceito que associa despesa pública ao despesismo foi absolutamente destruído por um município que foi capaz de desenvolver programas educativos e sociais exemplares a nível nacional, e ainda assim figurar entre os concelhos com melhor desempenho financeiro e trajetória de recuperação ao nível do endividamento municipal durante estes três mandatos. É, pois, com este legado que se projeta o futuro do concelho. Uma cidade líder, que é projetada e desenhada à escala humana, das suas necessidades e expetativas. Uma cidade que aposta no aprofundamento de políticas públicas que melhoram a competitividade dos seus cidadãos e do próprio território, assente num modelo de crescimento inclusivo. E uma cidade que aposta num modelo de crescimento mais sustentável, mais hipo-carbónico, alinhado com a estratégia nacional para a neutralidade carbónica em 2050, através de programas de apoio à subsidiação dos passes para jovens até 23 anos, visando a endogeneização de padrões de mobilidade assentes no transporte público para os consumidores do futuro, mas também num modelo de crescimento mais resiliente, de que a estratégia de habitação local ou o investimento em unidades de saúde são exemplo.