Foi sempre afirmado publicamente que a recuperação e estabilização da saúde financeira do Município de Gaia não era um fim em si mesmo, mas sim um elemento instrumental para permitir à Câmara Municipal conceber, desenvolver e implementar políticas públicas de apoio e desenvolvimento da cidade e dos seus habitantes, e, simultaneamente, de incentivo à captação de investimento. Sim, teria sido possível à Câmara acelerar o processo de recuperação financeira da sua estrutura. Mas tal tê-la-ia impedido de reduzir, numa altura em que a população portuguesa ainda recuperava de uma crise, e em que qualquer poupança nas contas das famílias era muito importante, os impostos e taxas municipais como foi feito ao longo destes quase 12 anos. E se há, houve, um elemento em que a cidade foi verdadeiramente líder, foi precisamente na capacidade que teve em demonstrar que o equilíbrio entre as contas públicas e o desenvolvimento de políticas públicas orientadas e pensadas nos cidadãos é possível. Na capacidade em demonstrar que é possível alinhar o desenvolvimento sustentável de um território com a captação de investimento sólido e de futuro.
O construído pré-conceito que associa despesa pública ao despesismo foi absolutamente destruído por um município que foi capaz de desenvolver programas educativos e sociais exemplares a nível nacional, e ainda assim figurar entre os concelhos com melhor desempenho financeiro e trajetória de recuperação ao nível do endividamento municipal durante estes três mandatos. É, pois, com este legado que se projeta o futuro do concelho. Uma cidade líder, que é projetada e desenhada à escala humana, das suas necessidades e expetativas. Uma cidade que aposta no aprofundamento de políticas públicas que melhoram a competitividade dos seus cidadãos e do próprio território, assente num modelo de crescimento inclusivo. E uma cidade que aposta num modelo de crescimento mais sustentável, mais hipo-carbónico, alinhado com a estratégia nacional para a neutralidade carbónica em 2050, através de programas de apoio à subsidiação dos passes para jovens até 23 anos, visando a endogeneização de padrões de mobilidade assentes no transporte público para os consumidores do futuro, mas também num modelo de crescimento mais resiliente, de que a estratégia de habitação local ou o investimento em unidades de saúde são exemplo.